O produtor executivo do Live Action de One Piece, Steven Maeda, detalha as maiores discrepâncias entre a adaptação televisiva da Netflix e a série em quadrinhos de autoria de Eiichiro Oda com o mesmo nome.
Steven Maeda, que atua como produtor executivo em One Piece, aborda as maiores variações presentes na versão live-action em relação à obra original em mangá. Criada em colaboração com Matt Owens, a série retrata uma interpretação da saga em quadrinhos contínua criada por Eiichiro Oda, que narra as jornadas aquáticas dos Piratas do Chapéu de Palha e seu líder, Monkey D. Luffy (Iñaki Godoy), que anseia tornar-se o Rei dos Piratas por meio da busca pelo tesouro conhecido como One Piece. A série, que estreou na Netflix em 31 de agosto, tem sido elogiada por manter sua fidelidade à fonte original, ainda que apresente algumas modificações sutis.
Durante uma entrevista concedida ao TV Line por ocasião da estreia de One Piece na Netflix, Maeda discorre sobre as principais alterações efetuadas no enredo da adaptação televisiva, tendo em vista a extensão da narrativa do mangá. O produtor executivo observa que o maior desafio consistiu em sintetizar o conteúdo em uma “temporada compreensível, composta por oito episódios”. A modificação mais significativa, de acordo com Maeda, foi a “amplificação” das interações entre a Marinha e os Piratas do Chapéu de Palha.
“A opção foi adotada para manter [esta temporada] baseada nos primeiros 100 capítulos, uma vez que se trata de uma seção vasta e expansiva. Inúmeras trajetórias distintas podem ser seguidas, sem muita repetição, o que gera um desafio substancial no processo de produção, já que a ambientação se transforma a cada um ou dois episódios. Vale notar que [a série de quadrinhos] atualmente conta com 1.089 capítulos e permanece em andamento… A Primeira Temporada se concentra primordialmente em locações e antagonistas extraordinários, imaginativos e singulares. Essa abordagem não seria viável para manter a coesão dos oito episódios. Era crucial incorporar a sensação de um antagonista central como foco predominante da primeira temporada.”
Principais Divergências entre a Adaptação Televisiva de One Piece e o Mangá São Detalhadas de Forma Mais Abrangente
Conforme é comum em qualquer processo de adaptação, ajustes se fazem necessários para traduzir uma narrativa entre diferentes meios. Uma vez que o mangá de Oda está em desenvolvimento desde 1997 e compreende mais de 1.000 capítulos, a principal dificuldade enfrentada pelo projeto televisivo de One Piece da Netflix foi compactar a trama da primeira temporada em oito episódios, preservando simultaneamente a essência do mangá querido pelos fãs leais e satisfazendo sua base de admiradores. Como resultado, a maior modificação ocorreu na intensificação das interações entre a Marinha e os Piratas do Chapéu de Palha em estágios mais iniciais, um acontecimento que se desenrola de forma mais tardia na história em quadrinhos.
Essa revisão na estrutura narrativa viabilizou a introdução antecipada de personagens na trama do live-action. Inclui-se o proeminente antagonista Vice-Almirante Garp (Vincent Regan), que desempenha um papel de mentor para Koby (Morgan Davies), constituindo um contraponto a Luffy. Além disso, o incansável Arlong (McKinley Belcher III) também faz sua aparição nos primeiros oito episódios, embora com um papel menos central no conflito. À parte desses ajustes periféricos na trama, a versão live-action de One Piece apresentada pela Netflix parece ser uma adaptação leal, capaz de satisfazer tanto os seguidores fervorosos quanto os novos espectadores.
Fonte: TV Line